«(…) Nesta nova organização que ora apresentamos ao público, fica convenientemente respeitada, não a unidade do Livro (…) mas a sua realidade plural, consistindo esta realidade em não haver um, mas dois Livros do Dessassossego: o de Fernando Pessoa-ele próprio, simbolista, decadentista, transcendentalista, neo-romântico; e o de Fernando Pessoa- Bernardo Soares, ainda nalguns aspectos simbolistas, também em muitos aspectos decadentista, mas fundamentalmemente divagante, sonhador, coloquial, diarístico, confessionalista, homem comum, pequeno empregado comercial a sonhar com o infinito do seu quarto andar da Rua dos Douradores».
António Quadros